Dia desses vi uma publicação da Mônica Salgado (a.k.a. musa-editora da Glamour Brasil) com uma página em branco do Word por horas e horas, “dando a luz” à sua carta da editora. Quem nunca?
Toda vez que eu tenho alguma ideia de um assunto pra post ou um texto qualquer, passo dias refletindo sobre ele: na cama, no carro, no banho… Vez ou outra, me vejo falando sozinha (ops!) ensaiando o que quero transformar em parágrafos.
Vez ou outra também deixo morrer um assunto porque ensaio tanto, que quando eu sento pra finalmente começar, já acho que o assunto está velho. Quando eu sentei pra escrever este post, a ideia era falar da cultura do handmade, do quanto o trabalho manual tem sido valorizado na moda, na gastronomia, no design… Por exemplo, na semana de alta costura que aconteceu em Paris no início do mês, a Chanel apresentou as suas peças na passarela juntamente com a presença de costureiras. Tem algo mais encantador? Humanizar as peças de roupa, mostrar o processo que começa na sala de costura e chega aos closets mais requisitados de toda mulher. Eu assisti o vídeo do making of umas mil vezes: emociona, encanta.
E sabe por que que isso acontece, por que a gente tem dado tanto valor para o que é feito à mão, para a personalização, para o backstage? A gente vive em um caos tão frenético de conteúdo (vê Snapchat enquanto ouve a TV, escuta Spotify enquanto rola o feed do Instagram, salva uma imagem no Pinterest enquanto assiste um vídeo no YouTube), que acaba esquecendo que a tecnologia é o meio, não o fim.
É comum termos a sensação de “more I learn, less I know”, ou seja, termos o mundo na palma da nossa mão, mas acharmos que, no fundo, ainda falta um outro mundo inteiro para ser explorado. E tem mesmo!
E é assim que eu encerro hoje: com a minha reflexão do dia, de como um desfile da Chanel me fez refletir sobre como temos vivido. Pra não ter que gritar “pare o mundo que eu quero descer”, eu acredito que o segredo é passar o dia conectada, mas reservar, ao menos, uma hora para se desconectar. E nem sempre desconectar é meditar e se desligar de tudo, mas encontrar uma maneira de dar valor às pequenas coisas do dia a dia, sem ficar refletindo demais e tentando entender este nosso cérebro maluco. EQUILÍBRIO é tudo (e não só pra quem trabalha diretamente com a criatividade).
Beijo e até a próxima!
Nat Barros.